Carta Política #300

“Não é Estado mínimo ou Estado máximo, é o Estado necessário para servir as pessoas. É tratar bem os investidores, é entender que o mercado e a iniciativa privada são parceiros no desenvolvimento do Brasil e tudo aquilo que não é essencial tem que ser colocado para a iniciativa privada”.

(Simone Tebet)

 

            A semana foi marcada pela desistência de João Dória da disputa presidencial. O ex-governador paulista não contava com o apoio do próprio partido, apesar de ter vencido as prévias. Além disso, enfrentava alta rejeição em São Paulo e dificuldade em deslanchar nas pesquisas. Dado que não contava com o apoio dos tucanos, decidiu sair de cena, ao menos por enquanto.

            Isso abriu espaço para a candidatura de Simone Tebet, do MDB. Atualmente senadora pelo Mato Grosso do Sul e com vinte anos de carreira política, será a única postulante mulher minimamente competitiva ao Planalto. Ênfase no ‘minimamente’ – a sul-mato-grossense é desconhecida de mais da metade do eleitorado. A vantagem é que o que lhe falta em fama, também deve lhe faltar em rejeição. Não se pode dizer o mesmo de nenhum dos outros candidatos, e especialmente de João Dória, o ex-candidato tucano.

            O desafio será decolar acima das outras alternativas. Ciro Gomes segue pontuando próximo dos 7%, enquanto André Janones – outro ilustre desconhecido – empata com a senadora. Existe sempre a possibilidade de (re)ingresso de outros nomes na disputa: Eduardo Leite, Sérgio Moro, e o próprio Dória.

Para além dos desafios de se consolidar como alternativa à polarização entre dois presidentes, irá enfrentar oposição dentro do próprio MDB. Muitos diretórios estaduais deram força à Tebet apenas para implodir a candidatura Dória, para depois implodir a própria. São desejosos de que o assim chamado “centro democrático” não lance candidato algum, para que estejam livres para subir no palanque de Lula ou Bolsonaro, ao sabor de conveniências locais.

Simone certamente está ciente dos desafios, e de uma grande oportunidade: mesmo no fracasso, seu nome irá ganhar projeção nacional ao longo dos próximos meses.

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