Carta Política #273

“O PT estava desgastado por escândalos financeiros, escândalos de corrupção. Então, existia um entusiasmo geral para terminar aquele período e começar um novo. E Bolsonaro se apresentou com um discurso do qual não cumpriu nada”.

(General Santos Cruz, em apoio a Sérgio Moro)

 

             A semana trouxe a aprovação da PEC dos Precatórios em segundo turno na Câmara, além do ato de filiação de Sérgio Moro e a decisão do STF de suspender o repasse de recursos via emendas do relator.

            A PEC dos Precatórios acabou aprovada na Câmara, com um apoio mais expressivo do que no primeiro turno. Com 323 votos favoráveis, ficou claro que a margem pequena na votação anterior se deu mais pela falta de quórum do que por uma questão de articulação do governo. Segue agora para o Senado. A expectativa é que seja aprovada em definitivo ainda neste mês.

No mais, o Supremo decidiu suspender os repasses por meio das emendas de relator. O recurso é uma forma pouco transparente de o governo distribuir recursos para a sua base aliada, particularmente às vésperas de votações importantes para o governo. Os jornais reportaram que o Planalto havia liberado R$ 1,2 bilhão em repasses para garantir a aprovação da PEC dos Precatórios no primeiro turno, por exemplo. O mecanismo é valorizado por conta de sua baixa transparência e pouco poder de associação com os votos particulares de cada parlamentar. Uma alternativa que manteria a opacidade dos repasses seria a emenda de comissão, que responsabilizaria o grupo de uma comissão e não um deputado em particular.

Por fim, tivemos a filiação de Sérgio Moro no Podemos, que contou com a presença de diversos parlamentares e ex-ministros que deixaram de apoiar o Presidente ao longo do mandato. O ex-juiz, apesar de ter uma taxa de conhecimento grande (apenas 14% dos eleitores não sabem de quem se trata), conta com modestos 8% de intenções de voto. Poderia ampliar sua base para 24% (entre os eleitores que afirmam que poderiam votá-lo) e ainda buscar os 14% que o desconhecem. Resta observar o movimento das pesquisas para especular se o ex-magistrado é um candidato viável para a terceira via.

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