Carta Política #127

“Nós não somos ameaça à democracia, é exatamente o contrário, nós somos a garantia da democracia. E outra, o que meu filho falou foi há quatro meses atrás, existia um outro clima no Brasil” (Jair Bolsonaro, em entrevista à rádio Guaíba)

Na última semana antes do segundo turno, a pesquisa Datafolha do dia 25 indica queda da vantagem de Bolsonaro sobre Haddad, de 18 para 12 pontos percentuais, em votos válidos. Ao se considerar os votos totais, o PSL tem 48% das intenções, enquanto o petista tem 38%. Pesquisas liberadas hoje, pela XP e pela Crusoé, indicaram manutenção da vantagem de cerca de 16-20 pontos. Mesmo se a Datafolha representar melhor o sentimento do eleitorado, é virtualmente impossível que ocorra uma virada até domingo – desde a redemocratização, as pesquisas são sempre bem-sucedidas em antecipar quem se consagra nas urnas.

O que mais impressiona nessa última pesquisa é que, na margem de erro, o candidato petista e o ex-capitão estão empatados entre as mulheres e os católicos. É entre os evangélicos e os homens que Bolsonaro detém ampla vantagem. Não surpreende o discurso do candidato repleto de apelos à soberania de Deus sobre a nação e sobre todos, e que tenha explorado amplamente a história de que Haddad tenha jogado uma Bíblia fora.

Se vencer, será importante fazer um esforço para apaziguar o país. O resultado deverá já estar cristalizado assim que fecharem as urnas no Acre, em torno das 19h de domingo, e deverá ser seguido por um pronunciamento em seu comitê no Rio de Janeiro, no hotel Windsor.

Na Câmara, Rodrigo Maia já dá sinais de estar em plena campanha por sua reeleição à frente da casa. Visitou o QG da campanha e disse à imprensa que via vantagem no fato de que a sua agenda econômica tinha bastante convergência com a do candidato. Os primeiros sinais por parte de Bolsonaro são positivos para a governabilidade – ao não desautorizar nada nem ninguém publicamente, abre espaço para a construção de pontes com o Centrão. Entra em conflito aberto com Joice Hasselmann, deputada eleita (PSL), em campanha velada pela chefia da casa.

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