Carta Política #294

“O Eduardo está dizendo que respeita as prévias, mas vem como um soldado. E por trás dele vêm outros soldados. Estou esperançosa”.

(Simone Tebet, senadora pelo MDB-MS)

            Os maiores partidos centristas se reuniram, nesta semana, em Brasília; e marcaram uma data para o anúncio de uma chapa presidencial única que represente a terceira via. O grupo de partidos – União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania – dispõe de uma série de candidatos que poderiam ser competitivos. Conta, além disso, com uma robusta base parlamentar, com mais de ¼ dos legisladores em exercício em ambas as casas.

            A questão é a profusão de nomes fortes, egos inflados, e os arranjos políticos que precisarão ser amarrados para que se construa um nome de consenso. Simone Tebet é uma senadora bastante respeitada pelos seus pares, apesar de seu nome não ter apoio entre emedebistas do Nordeste. A senadora também não topa ser vice numa chapa – prefere, se for o caso, disputar a reeleição para seu mandato atual. Sérgio Moro tem forte recall, pontuando consistentemente próximo a 10% das intenções de voto; mas não desfruta de apoio dentro do próprio União Brasil, que o vê com desconfiança e prefere que o ex-juiz seja um puxador de votos como candidato a deputado federal.

            No PSDB, o problema é outro: Eduardo Leite parece comandar mais apoio entre seus correligionários, mas não tem a chancela oficial do partido, por ter perdido as prévias para João Dória. O ex-governador paulista tem, por outro lado, um apoio apenas nominal de seu partido, evocando muita desconfiança dentre seus pares. Leite parece disposto a formar chapa como vice de Simone Tebet, mas para isso, precisaria da desistência de Dória, que não topa qualquer disputa na qual não seja cabeça de chapa.

            Enquanto se engalfinham estes, Lula corre por fora. O ex-presidente cimentou nesta semana a aliança com o PSB para a chapa com Alckmin, que ainda precisará ser aprovada pelos petistas. Deve acontecer sem grandes dificuldades, dada a grande ascendência que Lula tem sobre seu partido. Todos os nomes precisarão ser aprovados nas convenções partidárias, que precisam acontecer entre 20 de julho e 5 de agosto, com os registros das candidaturas no TSE acontecendo até o dia 15 de agosto.

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