“O partido se compromete a lutar incansavelmente até que todos os brasileiros possam ter plenamente garantido o seu direito inalienável de possuir e portar armas para a sua defesa e dos seus”.
(Karina Kufa, advogada de Bolsonaro)
O presidente anunciou nesta semana a criação de seu novo partido, a “Aliança pelo Brasil”. Em meio aos conflitos com o PSL, o partido nasce com um caráter ideológico mais coeso. Em sua cerimônia de criação, 30 dos 53 deputados eleitos pelo PSL indicaram que irão junto com Bolsonaro para a nova agremiação.
O desafio, agora, é conseguir a criação do partido antes das eleições municipais. O partido de criação mais rápida da história foi o PSD de Gilberto Kassab, que levou 193 dias da fundação ao registro. Para conseguir formar o partido a tempo de participar do pleito do ano que vem, Bolsonaro teria menos de 150 dias para concluir o processo.
A estratégia escolhida seria de fazê-lo por meio de assinaturas eletrônicas, mas a chance de contestação junto a Justiça Eleitoral é bastante elevada, o que eleva sobremaneira os riscos de não-participação nas eleições de 2020.
O presidente sai desse embate com um partido sobre o qual tem total controle, de maior caráter ideológico. Por outro lado, perde algum apoio político, com uma dissidência aberta claramente no PSL, entre bolsonaristas e bivaristas. Os rumores de uma fusão entre o DEM e o PSL, junto a outros partidos mais ao centro, ganham corpo. E na hipótese de fortalecimento dos Democratas, o espaço político do PSDB de João Dória também ganha um concorrente de peso.
A tão esperada Reforma Administrativa, que prevê uma reestruturação completa da carreira dos servidores, entrou em compasso de espera. O governo, aparentemente, considerou que o timing não estivesse adequado. Temeroso de uma convulsão social, em meio a protestos no Chile, na Bolívia e na Colômbia, o Planalto pediu ao Ministério da Economia que engavete, por ora, o projeto.
Já a PEC paralela, que facilitará a adesão de estados e municípios aos novos parâmetros federais de aposentadoria, foi aprovada pelo Senado por 53 votos a 7. Segue agora para análise na Câmara dos Deputados.