“Eu acredito nele, a pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir”.
(Jair Bolsonaro, a respeito de seu filho, Flavio)
A pressão aumentou, ao longo da semana, sobre o Planalto. Os jornais noticiaram que Flavio Bolsonaro empregou a mãe e a esposa de um ex-policial militar envolvido com as milícias. Considerando também o caso de seu assessor, Fabricio Queiroz, o desgaste do senador fluminense cresce a cada dia, ofuscando a visita de Jair Bolsonaro a Davos. O presidente vem sendo chamado a dar explicações a cada interação com a imprensa. Ainda hoje, a Agência Estado noticiou que Michelle Bolsonaro será alvo de investigação por parte da Receita Federal.
No Forum Econômico Mundial, Bolsonaro fez um discurso simples e curto, se comprometendo com reformas abrangentes e com princípios democráticos. Paulo Guedes concedeu entrevista à Bloomberg se comprometendo com uma reforma da Previdência sendo submetida ao Congresso em 30 a 60 dias e com a zeragem do déficit público para este ano, além de sinalizar com a redução do imposto de renda corporativo, compensado fiscalmente pela tributação de proventos.
Na Venezuela, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino do país. Nicolás Maduro se manifestou dizendo estar sendo vítima de um golpe, e não renunciou, aparentemente por ainda deter a lealdade das Forças Armadas. Diversos governos internacionais, no entanto, passaram a reconhecer Guaidó como o presidente legítimo, capitaneados pelo Brasil e pelos Estados Unidos.
De volta ao Brasil, o presidente fará nova cirurgia na segunda-feira, para retirada da bolsa de colostomia.
Na sexta-feira que vem (dia 1), teremos a disputa pela presidência das casas legislativas. No Senado, ganhou tração a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS). Com um discurso de renovação e de reconhecer os erros das práticas fisiológicas do MDB, a senadora disse ser favorável às pautas econômicas do governo. Algumas consultorias políticas já estavam apontando que os senadores pareciam estar ficando indispostos com eventual presidência de Renan Calheiros, por conta do desgaste institucional. Tebet seria um compromisso razoável, apesar da inexperiência no comando da casa.