“Rui até tem um perfil próximo de Dilma, mas não estamos trabalhando com o Lula de 2009, 2010, que elegeria qualquer pessoa que ele colocasse. Se quiser ter chance de fazer o sucessor, seja em 2026 ou em 2030, precisará escolher um nome mais conciliador e trabalhar muito para fortalecer o escolhido”. (Parlamentar do Centro, ao Valor)
Durante uma reunião ministerial nesta semana, o presidente Lula indicou a possibilidade de não disputar a reeleição em 2026. Com 79 anos, sua saúde será um fator importante na consideração de uma eventual candidatura, assim como ocorreu nas eleições americanas no ano passado.
Alguns membros da oposição acreditam que essa declaração pode ser uma estratégia política. A popularidade do presidente atravessa um momento particularmente ruim. Apesar do aumento dos gastos do governo, do crescimento da economia e da queda do desemprego, a aprovação popular de Lula está no pior nível desde o início do mandato. Adotar uma postura ambígua em relação à reeleição pode ser uma forma de reduzir os ataques direcionados a ele.
O problema é que Lula não tem sucessores óbvios. O nome mais cotado seria o de Fernando Haddad. À frente do Ministério da Fazenda e com experiência em disputas nacionais — tendo sido candidato à presidência em 2018 —, Haddad teria o perfil para a disputa. No entanto, ele enfrenta críticas tanto da oposição, por ter elevado impostos, quanto de aliados, por defender cortes de gastos.
Outros nomes frequentemente mencionados são Rui Costa (Casa Civil) e Camilo Santana (Educação). Ambos possuem influência regional, mas são pouco conhecidos fora do Nordeste, o que poderia dificultar suas chances em uma disputa nacional.
Enquanto isso, o governo busca aumentar sua popularidade antes do próximo ano eleitoral. Com a troca da equipe de comunicação do Planalto, Lula espera lançar programas que possam melhorar a avaliação do governo, como a redução da jornada de trabalho e a ampliação da isenção do imposto de renda.