Carta Política #348

“Bolsonaro ainda será o líder da oposição, a figura política mais importante e poderá determinar quem vai concorrer contra a esquerda nas próximas eleições presidenciais”.

 (Ian Bremmer, analista geopolítico)

 

            O Tribunal Superior Eleitoral formou maioria, no dia de hoje, para tornar Jair Bolsonaro inelegível até 2030. O ex-presidente foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, em razão da reunião em que colocou as urnas eletrônicas em descrédito diante de diplomatas.

            Bolsonaro ainda pode recorrer em duas instâncias: tanto ao TSE, por meio de um recurso interno, como ao Supremo Tribunal Federal, alegando possível afronta à Constituição. De todo modo, a partir do momento no qual o TSE proclamar o resultado do julgamento, o ex-presidente estará imediatamente inelegível.

            Ainda que persista a situação, Bolsonaro ainda deve ter influência política muito relevante sobre os próximos pleitos, assim como Donald Trump, nos Estados Unidos. A condenação no Judiciário irá consolidar o apoio de seus correligionários, pois alimenta a narrativa construída até aqui de que sua candidatura é antissistema, “contra tudo o que está aí”. Sua base mais aguerrida poderá tornar-se mais inflamada.

            Os próximos anos – e particularmente a corrida municipal do ano que vem – irão determinar quem deverá ocupar o lugar de Bolsonaro nas disputas políticas vindouras. Um sucessor natural seria Tarcísio de Freitas, que governa o maior colégio eleitoral da nação e aliado de primeira hora do ex-presidente; além de ser mais palatável ao centro político. Ainda que menos próximos politicamente do bolsonarismo, abre-se também um caminho razoável tanto para Romeu Zema, de Minas Gerais; quanto para Ratinho Júnior, o popular governador paranaense.

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