Carta Política #380

“Entendo que a pesquisa reflete uma análise do nosso posicionamento [sobre a questão de Israel], mas, na medida em que o tempo vai passando, houve maior compreensão das declarações do presidente Lula”.

(Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social)

 

                   Nesta semana, foram publicados os resultados das pesquisas de três instituições diferentes. Todas elas apontavam para a mesma direção: a queda da popularidade do governo, que atingiu seu nível mais baixo desde seu início.

                   Três principais fatores foram apontados como os responsáveis pela queda mais aguda na aprovação desta gestão. O primeiro deles foi o posicionamento pessoal do Presidente quanto ao conflito em Gaza, no qual ele comparou os atos do governo de Israel ao Holocausto. Se em janeiro 47% dos entrevistados aprovavam a política externa do governo, esse número caiu para 38% na última pesquisa da AtlasIntel. A desaprovação é puxada principalmente pelo eleitorado evangélico (62% de desaprovação, segundo dados da Quaest), que já não tem muita boa vontade com relação ao governo.

                   As outras áreas nas quais o governo é particularmente mal avaliado são a segurança pública e a inflação dos alimentos. Se o segundo fator tem um caráter mais sazonal, vinculado ao clima; o primeiro foi contaminado pela fuga dos encarcerados na Penitenciária Federal de Mossoró. O chefe da pasta, Flávio Dino, foi substituído por Ricardo Lewandowski recentemente, que enfrenta a primeira crise ministerial de sua gestão.

                   O contexto político não é particularmente favorável. Com as eleições municipais travando completamente a pauta do Congresso daqui a alguns meses, e após a manifestação na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro conseguiu colocar uma multidão na rua, o custo para a aprovação de medidas importantes no Congresso pode começar a ficar mais salgado. As tentações de se fazer populismo econômico podem, também, ficar mais latentes.

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