“O presidente [Bolsonaro] já apresentou alguns esclarecimentos. Tem outras pessoas que precisam prestar seus esclarecimentos e os fatos, se não forem esclarecidos, têm de ser apurados. Mas eu não tenho como ficar assumindo esse papel. O ministro da Justiça não é uma pessoa para ficar interferindo em casos concretos”. (Sérgio Moro)
O caso Coaf, que envolve a família Bolsonaro e transações de funcionários de gabinete incompatíveis com a renda, ainda não deu sinais de arrefecimento na mídia. Aproveitando a abordagem bastante evasiva do presidente-eleito e de sua família a respeito das movimentações, a oposição e a mídia atacam constantemente o presidente, fazendo comparações com casos de corrupção da esquerda no passado e construindo a narrativa de que a velha política permanece firme e forte. Queiroz deve prestar depoimento no começo da semana que vem.
Enquanto isso, a equipe de transição trabalha para apresentar uma proposta nova para a reforma da previdência já no início da nova legislatura. Major Olímpio disse que ele e o presidente-eleito estão alinhados na rejeição à reforma proposta por Michel Temer. A PEC 287, segundo eles, conta com dados que não são consistentes e trata de forma injusta classes da população que merecem um regime especial. Mais importante do que isso, não é possível de ser aprovada. O Senador por São Paulo disse que estão trabalhando em uma proposta que possa ser aceita pelo Congresso, conhecem com propriedade a situação fiscal do país, e acreditam que irão conseguir aprovar e sancionar a reforma ainda no primeiro semestre do ano que vem.
A “lua de mel” dos primeiros seis meses de governo pode ser vital para a aprovação. Pesquisa Ibope/CNI divulgada nesta semana indica que, apesar dos ânimos das últimas eleições, a maioria dos entrevistados (64%) nutre expectativas positivas em relação ao futuro governo, índice similar ao que antecedeu os primeiros mandatos de Lula (67%) e Dilma (62%). 75% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro está “no caminho certo”.
A equipe médica de Jair Bolsonaro marcou a nova cirurgia para o dia 28 de Janeiro, quando irá retirar a bolsa de colostomia. O presidente deve se mudar definitivamente para Brasília no dia seguinte.