Carta Política #170

“Como o sistema previdenciário não atingia grande parte do setor privado, todos apoiaram a reforma da Previdência. Nós queremos o mesmo apoio na tributária”.

(Rodrigo Maia)

A reforma tributária segue no topo da agenda de Brasília. Todos os agentes envolvidos, tanto do lado do governo, como do Congresso, como dos Estados, parecem alinhados para ao menos entregar alguma perspectiva de simplificação do bizantino sistema vigente hoje no país. Sabendo que é muito mais difícil alinhar o apoio do setor privado a favor de alguma proposta, Rodrigo Maia segue tentando pautar o debate, deixando claro que inevitavelmente alguns setores serão prejudicados em favor de outros. Conta com a chancela legislativa para tal.

Em linha, Guedes nomeou José Tostes como novo secretário da Receita Federal. Com perfil técnico, experiência como secretário estadual da Fazenda do Pará e bom trânsito com a base da corporação dos auditores, Tostes pode ser um nome adequado para ajudar na concepção de um modelo de reforma, proposto pelo governo, que crie menos arestas com os entes federativos. A conferir.

Quanto as privatizações, Alcolumbre deu declarações na semana de uma particular hostilidade do Senado contra a desestatização da Eletrobras. Aparentemente, existe menos resistência contra a entrega do controle dos Correios, mas a proposta de privatizar a estatal de energia poderia gerar resistências contra qualquer privatização.

O governo segue comprometido com a retirada do Estado da economia. Bolsonaro se apressou para dizer que não faria ingerência sobre a Petrobras. Após o choque no preço do petróleo decorrente do evento no fim de semana, a companhia reajustou para cima os preços da gasolina e do diesel. Naturalmente, ficou mais fácil repassar parte da alta dada a rápida normalização dos preços da commodity.

Por fim, vale acompanhar os desdobramentos da operação da Polícia Federal contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra. O governo parece preferir mantê-lo na posição enquanto for politicamente sustentável, de forma a não tornar o cenário conturbado em meio a tramitação da Reforma da Previdência.

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