“Estou seguro – e transmito isso a vocês – que vamos ter o reconhecimento da Nação. Vamos escrever nossos nomes na História do Brasil e desse Parlamento”.
(Arthur Lira)
A Câmara Federal aprovou, nesta semana, a reforma tributária. Seu projeto segue em discussão no Congresso há mais de trinta anos. O manicômio tributário que aflige o país desde a redemocratização deu seu primeiro passo concreto em direção a um sistema mais eficaz.
O texto base da PEC foi aprovado em primeiro turno por ampla maioria, com 382 votos, muito acima do mínimo constitucional de 308. Pouco tempo depois, a proposta foi aprovada em segundo turno, com aprovação um pouco menor. Depois de serem apreciados todos os destaques, irá seguir para o Senado, onde há a expectativa que seja votado – e aprovado – antes do fim deste ano.
A aprovação é uma vitória particular para Arthur Lira, que vinha articulando para sua votação havia muito tempo, e foi capaz de demonstrar força. Também é uma vitória para o governo, sobretudo para Fernando Haddad, que foi capaz de colocar a força do Planalto por trás da aprovação do projeto. A adesão do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, acabou se provando determinante.
O fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter se posicionado de maneira contrária a reforma, e ainda assim ela ser aprovada, é negativo para seu capital político, sobretudo considerando que muitos de seus correligionários acabaram se manifestando favoravelmente. Demonstra a perda gradual de sua influência na esfera política, sobretudo após a semana na qual ele perdeu seus direitos políticos pelos próximos ciclos eleitorais.
Tarcísio, por outro lado, se aproxima da direita mais moderada e do centro político do Brasil, se tornando fiador e herdeiro de um bolsonarismo mais “responsável”. Seu protagonismo nessa reta final compõe para o seu favoritismo como um dos principais expoentes da oposição.