“O governo também tem bons motivos para comemorar o sucesso da defesa da soberania nacional frente aos EUA (64%) e a aliança comercial com os BRICS que é aprovada pela maioria (53%). Mas parece que o efeito do tarifaço bateu no teto”. (Felipe Nunes, CEO da Quaest)
O governo alcançou seu melhor patamar de popularidade do ano. Esse aumento se deve, em grande parte, à desaceleração da inflação, provavelmente impulsionada pela queda do dólar, e aos conflitos com os Estados Unidos, que fortaleceram o discurso nacionalista.
A popularidade atual se assemelha aos melhores momentos do mandato, o que sugere que o governo pode estar próximo de seu pico de popularidade. Esse cenário é reforçado por notícias positivas, como a queda do desemprego e a ausência de grandes escândalos. Apesar desses fatores, a popularidade não tem apresentado melhoras adicionais.
O governo ainda tem alguns trunfos para apresentar ao eleitorado no próximo ano, com o objetivo de impulsionar sua candidatura. Os efeitos da isenção massiva da conta de luz e da criação do crédito consignado privado devem gerar benefícios mais tangíveis para a população. Além disso, a reforma no imposto de renda, que deve isentar grande parte da população, também deve começar a ser sentida. Por fim, o salário-mínimo pode ter um aumento de cerca de 7% no próximo ano, conforme as regras atuais.
O PT espera que esses elementos sejam suficientes para tornar a candidatura de Lula à reeleição bastante competitiva no próximo ano. Para o partido, é crucial que o presidente encabece a chapa, a fim de impulsionar a eleição de parlamentares.
Por outro lado, essa melhora recente pode ser temporária. Diversos dados indicam uma desaceleração na atividade econômica. Caso essa desaceleração se manifeste de maneira mais intensa no período pré-eleitoral, o momento pode deixar de ser favorável para a reeleição.