Carta Política #440

“São conversas indecentes entre pessoas que comemoram as sanções contra nossa economia, tramam contra a Justiça e não se incomodam com as consequências para o país e a população”. (Gleisi Hoffmann, sobre as mensagens vazadas)

          O governo Lula tem conquistado alguns pontos nas pesquisas de popularidade. O Planalto vem sendo beneficiado pelo arrefecimento da inflação, impulsionado pela recente queda do dólar, e pelo embate com Donald Trump, cujos custos políticos têm recaído, sobretudo, sobre a família Bolsonaro e, por extensão, sobre a oposição como um todo.

          As mensagens capturadas pela Polícia Federal entre Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo indicam que o ex-presidente parece não demonstrar nenhum entusiasmo particular em lançar um nome da própria família à sucessão. Isso abre espaço para a ideia de que ele venha a apoiar alguma das lideranças da centro-direita, como Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior ou Romeu Zema, caso liderem a oposição nas eleições do ano que vem.

          A conjuntura atual, com inflação em queda, popularidade em alta e uma oposição em auto-combustão, é a mais favorável que o governo encontrou neste ano. Aproveitando esse momento, a base governista no Congresso aprovou a urgência para a tramitação do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais. A expectativa é que o Congresso vote e aprove a medida no início de setembro, com vigência a partir de 2026. Essa proposta é uma das principais apostas eleitorais do PT para o próximo ciclo.

          Nem tudo, porém, são vitórias para o Planalto. Na definição da presidência e relatoria da CPI mista do INSS, a oposição conseguiu emplacar o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O governo, que havia costurado outro acordo com o Congresso, saiu derrotado e deu à oposição um novo palanque para causar desgaste ao Planalto ao longo dos próximos meses.

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