“Essa tarefa vai ser cumprida porque nosso objetivo é investigar tudo isso profundamente e responsabilizar quem precisa ser responsabilizado, doa a quem doer.” (Vinicius Carvalho, ministro da CGU)
Nesta semana, o Copom entregou mais uma alta de 50 pontos-base na taxa Selic. Esse aperto monetário adicional não havia sido contratado pela gestão anterior, sendo, portanto, mais sensível politicamente. A ausência de críticas por parte do Planalto pode indicar que a temporada de conflitos com o Banco Central chegou ao fim. Resta saber se ainda será necessário algum ajuste residual na próxima reunião.
Enquanto isso, o escândalo do INSS segue competindo pela atenção da mídia. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) gravou mais um vídeo com pretensões de viralizar, no qual explica o caso, e o governo se vê às voltas com a necessidade de oferecer uma resposta — tanto no ressarcimento aos afetados quanto na tentativa de atribuir a responsabilidade dos desvios à gestão anterior.
O problema é que o ressarcimento não é simples. Abrir um crédito extraordinário para devolver os valores aos aposentados afetados seria visto como mais uma conta da corrupção sendo bancada pelo contribuinte, gerando críticas que vão além da questão fiscal. O governo estima que cerca de 9 milhões de aposentados sofreram descontos realizados por associações. Caso a totalidade dessas operações se mostre irregular — o que parece bastante improvável — o valor dos desvios chegaria a R$ 5,9 bilhões. Além disso, há suspeitas de que alguns empréstimos consignados também tenham sido contratados de maneira fraudulenta, o que pode ampliar ainda mais o montante e o custo do ressarcimento – vai cair tudo na conta do contribuinte?
A demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi, cobrou seu preço: o PDT na Câmara desembarcou do governo, alegando que o Planalto não o defendeu adequadamente, e passou a apoiar a instalação de uma CPI do INSS.