Carta Política #421

“Procuro sempre não chorar em público. Dentro daquela sala vazia lá da Presidência já chorei várias vezes. “Meu Deus qual foi meu pecado pra estar aqui?” (Jair Bolsonaro)

 

                Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, liderança de organização criminosa armada, dano qualificado contra o Patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Com a apresentação da denúncia, o relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, concedeu um prazo de 15 dias para que os advogados apresentem defesa e eventuais contestações. Após a conclusão de alguns processos, com o caso apto para julgamento, o rito prevê que Moraes encaminhe a denúncia para análise da Primeira Turma do STF, que julgará o caso e decidirá se transforma os denunciados em réus. Alguns especialistas têm relatado à mídia que estimam que o ex-presidente pode receber uma pena de 12 a 43 anos de prisão.

                 Uma eventual prisão de Bolsonaro só se concretizaria nos últimos meses do ano. Ninguém acredita que o Supremo queira iniciar um ano eleitoral com esse julgamento ainda em curso. Caso o ex-presidente venha a ser preso, sua candidatura, já improvável devido à inelegibilidade, se tornaria uma possibilidade ainda mais remota.

                Isso tem consequências eleitorais importantes. Se, em 2022, Lula venceu o pleito com uma margem estreita contra um Bolsonaro que enfrentava alta rejeição, e considerando que atualmente não há um nome com tanta rejeição do outro lado — somado ao fato de Bolsonaro acumular uma popularidade bastante comprometida —, as chances de eleição de uma candidatura alternativa aumentam consideravelmente.

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