“Estou 100% pronto para começar a viajar o Brasil, para começar a percorrer os Estados brasileiros, visitar a sociedade brasileira e estabelecer uma conversa muito verdadeira”. (Lula, em coletiva)
O presidente Lula atravessa um momento de baixa popularidade. Pesquisa Genial/Quaest divulgada no início da semana aponta que sua desaprovação atingiu 49%, enquanto a aprovação ficou em 47%. Foi a primeira vez que os que desaprovam seu governo superaram numericamente os que o aprovam.
Além do episódio do Pix, que prejudicou significativamente a imagem do governo, a alta do dólar e dos preços dos alimentos tem frustrado a população, que sente a perda de poder de compra. Diante dessa vulnerabilidade, em um evento público, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, decidiu atacar o Planalto. Ele classificou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como “fraco” e afirmou que, se as eleições fossem hoje e Lula fosse candidato, ele perderia.
Os comentários de Kassab podem ter motivações estratégicas. Com o governo fragilizado e às vésperas de uma reforma ministerial, ele pode estar elevando o preço de seu apoio ao presidente. De qualquer forma, suas declarações sugerem uma tentativa de se posicionar como um kingmaker, consolidando influência sobre quem quer que se torne o candidato mais competitivo para 2026.
As especulações sobre a sucessão estão a todo o vapor. A esquerda, hoje, não dispõe de nomes de grande alcance nacional além de Lula — e, talvez, Haddad. Pela direita, Bolsonaro, atualmente inelegível, segue como uma incógnita. Kassab, por sua vez, retirou o nome de Tarcísio da corrida presidencial e sugeriu, em seu lugar, Ratinho Júnior, governador do Paraná e membro do PSD. Apesar de estar em seu segundo mandato, ele ainda é pouco conhecido nacionalmente.
Nos bastidores, Ratinho Júnior tem manifestado a intenção de lançar sua pré-candidatura à presidência. Entretanto, com mais de um ano e meio até as eleições, o cenário sucessório segue amplamente aberto.