Carta Política #415

“Mercado está sensível no mundo inteiro. O mundo vem em situação de instabilidade muito grande. O dólar está valorizado no mundo inteiro”. (Haddad)

 

            Segundo alguns interlocutores do governo, o Planalto demonstra disposição, neste início de ano, para anunciar novas medidas fiscais. Há um diagnóstico entre integrantes da Fazenda de que o pacote fiscal apresentado no fim do ano passado foi tardio e de baixa potência. Diante dos riscos de uma deterioração adicional nos ativos brasileiros, cresce a percepção de que é melhor agir de forma a surpreender positivamente o mercado.

            No entanto, o governo parece não compartilhar do diagnóstico fiscal apresentado pelos participantes do mercado. A narrativa oficial continua atribuindo a deterioração dos ativos a especuladores, enquanto a Fazenda defende que as medidas anunciadas são suficientes para estabilizar a dívida pública.

            Apesar desse reconhecimento interno, os mesmos interlocutores relatam uma espécie de “ressaca” no Planalto, após o desgaste político gerado pela apresentação e aprovação do pacote fiscal no ano passado. A leitura no Executivo é de que Lula já foi ao limite do que poderia entregar nesse campo.

            Enquanto isso, a disposição para aprovar novas benesses permanece firme. Um exemplo é a renovada intenção de, após a aprovação do Orçamento e a eleição das lideranças no Congresso, anunciar a reforma do Imposto de Renda. A proposta prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Para viabilizar a medida, seria necessário aprovar uma alíquota mínima de 10% sobre rendimentos de pessoas físicas que ganham mais de R$ 50 mil mensais — mesmo assim, a neutralidade fiscal não estaria garantida.

            A demanda por novos projetos alinhados à marca deste governo vem ganhando força, impulsionada pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira.

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