“O assunto é polêmico, BPC é polêmico, abono é polêmico, salário mínimo é polêmico. É um assunto que ferve”. (Arthur Lira)
O presidente da Câmara, Arthur Lira, cancelou todas as reuniões das comissões da Casa até a próxima semana, visando concentrar os esforços dos parlamentares na discussão e votação das pautas prioritárias. De forma semelhante, o presidente do Senado declarou ser plenamente possível analisar todas as propostas que integram o pacote fiscal até o dia 20, demonstrando otimismo entre os senadores quanto ao andamento das votações.
Esse esforço concentrado foi articulado em conjunto com o Planalto, que anunciou ontem o pagamento de quase R$ 2 bilhões em emendas parlamentares que estavam represadas devido às decisões do STF.
Apesar do clima favorável às votações, algumas resistências persistem em relação a certas medidas do pacote. Não parece haver disposição para endurecer as propostas; ao contrário, as críticas dos parlamentares concentram-se em torno de novas regras relacionadas ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e ao reajuste do salário mínimo. O Planalto, inclusive, não descarta a possibilidade de editar uma Medida Provisória para limitar o aumento do salário mínimo em 2025 e nos anos seguintes, caso a medida não seja aprovada até o fim do ano.
Além disso, a semana foi marcada pelo noticiário envolvendo a hospitalização de Lula, que, felizmente, se recuperou rapidamente. As consequências do acidente doméstico sofrido pelo presidente há alguns meses reacenderam especulações sobre sua candidatura em 2026, especialmente devido à sua idade avançada. Isso forçou o Planalto a adotar uma postura reativa, antecipando Lula como candidato à reeleição. Embora ainda reste muito tempo até o pleito, esse episódio é mais uma evidência de que o ambiente político já opera em modo eleitoral.