“Eu tenho conversado com o companheiro Haddad, (…) e tenho dito que eu não acredito que, em algum momento, na história do País, a gente tivesse razão de estar tão otimista como a gente está agora”. (Lula, em Reunião Ministerial)
Nesta semana, Lula promoveu a segunda reunião ministerial deste ano, tomando balanço das ações do governo e da situação do país antes das eleições municipais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encurtou as suas férias para poder participar do encontro.
Lula fez um discurso otimista, enfatizando o crescimento do emprego, da massa salarial, a inflação relativamente estável, e os mercados reagindo bem diante da mais recente turbulência externa. Mais importante do que isso, exaltou a política econômica de Haddad diversas vezes. Também se dirigiu à ministra do Planejamento, Simone Tebet, que representa a ala liberal dentro do governo, destacando a importância do controle da inflação.
Quando tomou a palavra, Haddad reforçou a necessidade de que o governo garanta previsibilidade e estabilidade fiscal, mantendo a trajetória de redução do déficit; e adiantou que precisará de medidas adicionais de aumento de receitas para fechar o orçamento de 2025, que prevê déficit zero. Segundo presentes, nenhum dos integrantes do governo reclamou das medidas de contingenciamento elencadas até agora.
Pelos cálculos da equipe econômica, há R$ 41 bilhões de perda arrecadatória que não havia sido prevista no Orçamento de 2024, entre o Perse, a desoneração da folha, e a desoneração da contribuição previdenciária dos municípios. Esses recursos terão que ser, inevitavelmente, recompostos.
Enquanto o governo exibe os dados robustos da economia a despeito do fiscal incerto, o mercado enfatiza as incertezas fiscais, apesar da economia robusta. Sabendo que restrição fiscal não ganha eleições, no entanto, ninguém acredita que o governo tenha sofrido uma conversão liberal, apesar do discurso alinhado.