“(Bolsonaro) roubou o direito do povo brasileiro de comemorar o dia da independência. Fez de uma festa do país, uma festa pessoal. O ato do Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz. Não tinha negro, pardo, pobre, trabalhador”.
(Lula)
Bolsonaro apostou alto, e levou. Colocando grandes expectativas quanto às manifestações do dia 7 de Setembro, conseguiu o que queria: encheu as ruas de grandes centros urbanos com seus apoiadores, produziu imagens importantes para a campanha, e demonstrou força a seus eleitores.
O presidente representa, desde a redemocratização, a única força política além do PT que se provou capaz de colocar gente na rua. Talvez o seja justamente por personificar hoje o antipetismo, que coloca gente nas ruas desde 2014.
Reforçou, também, seu cacife junto aos correligionários. Bolsonaro sabe que grande parte dos caciques políticos que o apoia também está pronta para bandear ao outro lado ao menor sinal de fraqueza. A força das manifestações é suficiente para sufocar dissensões e manter as alianças intactas.
Seu discurso praticamente não resvalou no momento histórico do bicentenário da independência do país. O discurso do Presidente foi de caráter eleitoral, classificando as eleições de 2022 como uma batalha do bem contra o mal, não havendo espaço para o contraditório.
Em comparação às manifestações do ano passado, as deste ano também foram muito mais ordeiras, tanto da parte dos apoiadores do Presidente quanto do próprio. Os discursos não tiveram grandes ameaças ao Supremo nem ao ordenamento eleitoral. Em suma, acabaram se desenrolando de forma ideal ao governo: fortes o suficiente para demonstrar força, e ordeiras o suficiente para o proteger de críticas.
De sua parte, o ex-presidente Lula comparou as manifestações com a Klu Klux Klan, também contribuindo para o clima de polarização do país. As primeiras pesquisas pós-evento serão divulgadas ao longo dos próximos dias.