“João Doria é pré-candidato, mas volto a dizer: ninguém vai poder coibir qualquer movimento de qualquer liderança política de qualquer partido”.
(Bruno Araújo, presidente do PSDB)
Ontem foi um dia agitado para a terceira via. Moro deixou o Podemos e se filiou ao União Brasil, ex-PSL. O partido já havia dito que Moro era bem-vindo, caso não pretendesse se lançar candidato a presidente pelo partido. O ex-juiz disse então que desistia, nesse momento, da sua pré-candidatura.
No dia anterior, Dória deu sinais pela primeira vez de que poderia exibir grandeza e, caso não fosse o mais competitivo, abrir mão de sua candidatura. Indicou também que poderia ficar no governo de São Paulo até o fim deste ano, para concorrer à reeleição; e não mais ao Planalto.
Seguiu-se uma comoção dentro do tucanato: caso optasse por esta via, o governador estaria rasgando o seu compromisso com Garcia, vice-governador e pré-candidato ao governo de São Paulo; que nem mais poderia concorrer pelo PSDB, e nem poderia contar com a vitrine natural com a qual contaria, como governador-em-exercício, pelos próximos meses. Abriria também caminho para a candidatura de Eduardo Leite pelo PSDB, candidato preferido por muitos setores do partido.
Não se sabe se por conta da mudança do cenário eleitoral, com a saída de Moro, ou se por alguma outra razão, mas no fim do dia Dória acabou renunciando efetivamente ao Palácio dos Bandeirantes e reiterando sua candidatura ao Planalto. Disse que o movimento foi para forçar uma comunicação oficial, por parte do PSDB, de que ele seria sim o candidato legítimo do partido, escolhido pelas prévias.
Os rumores dão conta de que o blefe foi considerado um movimento desleal por diversos partidários do PSDB (principalmente por Rodrigo Garcia, que quase viu seu projeto naufragar), e que muito mais do que solidificar, esvaziou o apoio à candidatura Dória por parte do partido. A chance de Eduardo Leite permanece em forçar a mão do partido na convenção partidária, que deve ser realizada até agosto.