“Precisamos soltar o grito de indignação que nunca lhe faltava. Vacina, auxílio emergencial e CPI já”. (Senadora Simone Tebet, a respeito do falecimento de Major Olímpio)
A pandemia no Brasil continua produzindo os piores números de sua história. A média móvel semanal continuou a acelerar, atingindo ontem mais de 2 mil óbitos diários. Ontem, o coronavírus vitimou ao Major Olímpio, senador por São Paulo – o terceiro a falecer pela doença na casa.
Os parlamentares parecem estar ficando mais sensíveis quanto à resposta do governo federal, e cresce a pressão por uma CPI que investigue a atuação do Planalto frente à crise sanitária. Ao redor do país, os leitos estão em capacidade de ocupação máxima. A rede privada já acusa a possibilidade de falta de insumos básicos.
Até então, a pandemia não vinha afetando a capacidade do governo de operar maiorias e tocar a agenda reformista. Tivemos a promulgação da PEC Emergencial, a aprovação da Lei do Gás nos moldes do orientado pelo governo, e a manutenção do veto presidencial no novo marco do saneamento. O relator da reforma administrativa na CCJ da Câmara disse que pretende apresentar seu parecer à comissão até o fim deste mês. São notícias positivas. Mas o ímpeto legislativo deve perder força diante das circunstâncias.
Os parlamentares, assim como o Presidente, estão sensíveis ao pulso das ruas. Pesquisa Datafolha mostrou que 79% dos brasileiros acham que a pandemia está fora de controle, ante 62% em janeiro. Outra pesquisa, do Poder360, indica que o presidente perderia eventual disputa em segundo turno contra Lula e Ciro Gomes.
Cumprindo o acordado, o governo publicou a MP que renova o auxílio emergencial, delimitando as parcelas entre 150 e 375 reais, com valor médio de R$ 250, para 46 milhões de pessoas, em 4 parcelas a serem pagas a partir de abril, a um custo total de R$ 43 bilhões.