“Compare o governo Bolsonaro antes disso e veja se ainda tem manifestação aqui: fecha o Supremo, fecha o Congresso, acabou isso. Hoje o país tem estabilidade. O presidente nos vê como parceiros”.
(Ciro Nogueira, presidente do PP)
Como esperado, o comando da Câmara ficou com Arthur Lira (PP-AL), e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) levou o Senado. O Planalto fez os presidentes de ambas as casas, e tem hoje condições para colher os dividendos políticos de sua vitória. O presidencialismo de coalizão, após um hiato de dois anos, volta à Esplanada dos Ministérios.
O partido de Lira é o mesmo que abrigou Bolsonaro por mais de dez anos. O Presidente conhece as estruturas do jogo e acumula a experiência dos dois primeiros anos de mandato. Abraçou em definitivo o Centrão, que agora não se vê mais ameaçado pela força-tarefa da Lava Jato.
Retomadas as condições de governabilidade, resta ao governo tocar a extensa agenda esperada para 2021. Os congressistas desejam um novo auxílio-emergencial diante das circunstâncias impostas pela segunda onda da pandemia. Guedes já admitiu a possibilidade mediante o compromisso de que o programa seja mais focalizado (ou seja, de tamanho menor) e de que algumas reformas fiscais de natureza mais estruturante sejam aprovadas.
O primeiro item importante da agenda será o Orçamento, que deverá ser aprovado ao longo deste mês. A Comissão Mista de Orçamento deverá ser instalada na próxima-terça (9).
Após, o governo elencou uma série de medidas que considera prioritárias. Entre as grandes, a PEC Emergencial parece estar em estado mais avançado, e é uma das mais importantes para a Economia. Outra que tem alguma possibilidade de aprovação em 2021 é a Reforma Administrativa – caso valha apenas para os futuros servidores, suas chances de aprovação são muito maiores. Já a Reforma Tributária, um dos projetos mais caros ao grupo de Rodrigo Maia, perde prioridade diante da nova configuração de poder. Se for tratada, deve ser retomada apenas no fim deste ano.