“Não defendo nenhum relaxamento do teto de gastos”.
(Dep. Arthur Lira, PP-AL)
Apesar de Rodrigo Maia continuar dando sinais de distanciamento do governo, o Congresso como um todo parece estar mais próximo do Planalto. As declarações do presidente da Câmara, de rechaço a Paulo Guedes, não parecem refletir o pensamento da maior parte dos deputados. E nem de Arthur Lira, candidatíssimo à sucessão.
Isso se dá por conta da aproximação entre os deputados do Centrão, que estão escolhendo o novo presidente da Câmara, e os operadores do Planalto. Ao contrário do que diz Maia, existe maior apetite para receber as propostas do governo na reforma tributária e até nas privatizações, com chances mais elevadas de privatização da Eletrobras.
Existe um movimento para emplacar ao Major Vitor Hugo (PSL-GO), atual líder do governo na Câmara, para o Ministério da Educação. Isso abriria espaço para um nome do Centrão ocupar sua posição, o que tornaria o Planalto ainda mais próximo. A ver.
Esse clima de relaxamento nas relações entre o Legislativo e o Executivo também foi acompanhado pelo Judiciário. A decisão do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, de conceder prisão domiciliar a Fabricio Queiroz, contribui para relaxar os ânimos.
Esses movimentos parecem refletir o comportamento mais moderado do Presidente nas declarações quanto aos demais Poderes. Talvez estejamos vendo a consolidação de uma nova fase do governo Bolsonaro, se afastando do polo ideológico rumo a um presidencialismo de coalizão.
No mais, o presidente teve diagnóstico positivo para infecção com o coronavírus, mas parece estar bem. O Congresso aprovou a MP de Socorro às Aéreas, conforme esperado. E o vice-presidente Mourão disse que vai considerar a lista de sugestões dos empresários e das ONGs no combate ao desmatamento da Amazônia, que piora a olhos vistos.