“O presidente não vai ter de mim ataques, ele pode atacar, ele joga pedra e o parlamento vai jogar flores para o governo federal”.
(Rodrigo Maia)
O ministro da saúde, Henrique Mandetta, foi demitido nessa semana. Declarações ao longo do último final de semana de desagravo ao governo teriam derrubado as últimas resistências internas à sua saída. Sai muito maior, politicamente, do que entrou – a crise lhe deu visibilidade nacional, e pesquisas apontam que sete entre dez brasileiros desaprovaram sua demissão.
No mais, o governo federal voltou a ampliar o clima beligerante. O presidente acusou a Rodrigo Maia, do mesmo partido de Mandetta, de ser conspirador, por se colocar em lados opostos ao Planalto nas medidas adequadas no combate à pandemia.
O Congresso avançou nas pautas emergenciais. A PEC do Orçamento de Guerra foi aprovada pelo Senado Federal. Ainda permite ao Banco Central a compra de títulos públicos e privados, mas impôs algumas restrições. Por ter sido modificada, segue de volta para a Câmara.
A MP do Contrato Verde e Amarelo, também chamada de minirreforma trabalhista, irá caducar. Apesar de ter sido aprovada pela Câmara, não obteve consenso no Senado, de forma que mesmo se alterada não teria vida útil suficiente para resistir ao retorno à Câmara.
O projeto de socorro aos Estados e Municípios evidenciou que prefeitos e governadores têm, sim, influência significativa sobre a Câmara. Aprovada na casa apesar de ampla resistência por parte da equipe econômica, deve ser apreciada pelo Senado na semana que vem. A expectativa é que seja aprovada, ainda que com um custo fiscal um pouco diluído.