“Muitos acham que o Brasil deve se omitir no tocante aos acontecimentos. […] O senhor Luiz Inácio Lula da Silva, […] defendeu que aquele regime pudesse enriquecer urânio acima de 20%, que seria para fim pacífico”.
(Jair Bolsonaro)
A semana começou mais agitada, com a repercussão em torno do assassinato, promovido pelos Estados Unidos, do comandante das forças Quds do Irã, Qasem Suleimani. O Brasil deu apoio verbal ao presidente Donald Trump, mas se absteve de fazer declarações mais incisivas. O Irã não é desprezível na balança comercial brasileira, e se envolver nesse conflito pode antagonizar alguns países árabes… e seu fluxo comercial.
O fato do conflito ter esfriado ao longo da semana reduziu os riscos políticos. O preço do combustível, que entrou em pauta imediatamente e rendeu algum movimento por parte do Planalto, não parece estar em vias de um estresse demasiado. Após a retaliação iraniana, que não foi tão agressiva quanto se imaginava, agora o país persa se vê na desconfortável posição de ter que explicar a queda (possivelmente provocada acidentalmente por um míssil iraniano) de um Boeing próximo a Teerã, que vitimou 63 cidadãos canadenses. O preço do petróleo retomou patamares mais baixos.
O outro preço politicamente relevante neste momento é o da carne, mas os dados vêm indicando alguma acomodação na margem. Nos patamares atuais, não deve causar mais problemas para o governo.
No mais, Bolsonaro desistiu de ir a Davos. Como a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, permanece confirmada; ao menos as notícias produzidas pelo Brasil se darão em torno dos bons dados econômicos, não sendo dominadas pelas polêmicas que poderiam ser produzidas pelo presidente.
Por fim, existem algumas notícias a respeito de uma forte mobilização para defesa dos direitos dos servidores federais marcada para meados de março desse ano. As pautas se darão em torno da campanha salarial, e também da defesa da categoria contra as propostas que vem sendo ventiladas pela equipe econômica, como a reforma administrativa.