“Árdua é a tarefa de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la.”
(Bolsonaro)
A semana foi marcada pelas queimadas na Amazônia. Os muitos focos de incêndio e de desmatamento, e as movimentações e declarações ao redor do Inpe e do Ministério do Meio Ambiente, aliados à retórica anti-ambientalista do governo, fizeram com que os fatos tomassem uma proporção gigantesca e ocupassem o pináculo da atenção da mídia global. Celebridades começaram a compartilhar fotos de queimadas nas redes sociais, fazendo um chamado à ação. Emmanuel Macron, presidente da França, conclamou os países do G7 a tomarem alguma atitude, o que foi enquadrado pelo governo como um movimento hostil à soberania nacional. Alguns países pediram boicotes às exportações brasileiras, e o acordo entre Mercosul e União Europeia foi ameaçado.
O presidente se viu acuado, e o governo realmente começou a se mobilizar para tomar atitudes. A pauta de proteção ao meio-ambiente tem apoio muito mais amplo no espectro ideológico e não pode ser tão facilmente categorizada como da oposição. Além disso, as sanções afetam uma tradicional base de apoio ao bolsonarismo: os ruralistas. Seus concorrentes europeus foram rápidos em se aproveitar da situação para pedir boicotes aos produtos brasileiros. Por conta da situação, o núcleo de comunicação do governo começou a veicular algumas políticas que estão sendo feitas para resolver o problema. No final da sexta-feira, Trump apoiou o presidente e ofereceu ajuda dos Estados Unidos.
O governo também anunciou, nessa semana, uma lista de dezessete empresas a serem privatizadas. Dentre elas, constavam os Correios, a Eletrobras e a Telebras. Bolsonaro parece estar ficando cada vez mais confortável com o ímpeto privatizador de sua equipe econômica. Alguns jornais noticiaram que é a intenção da equipe econômica desestatizar a Petrobras até o fim do mandato presidencial.
Tasso, relator da Reforma da Previdência no Senado, disse que irá precisar de mais tempo para apresentar seu parecer. Por conta disso, o prazo esperado para tramitação na Casa foi ampliado em quatro dias, com seu fim acontecendo provavelmente até o fim de Outubro.