“Eu sei que unidos ultrapassaremos essas dificuldades iniciais que são naturais nas transições de governo”.
(Jair Bolsonaro, em discurso no Dia do Trabalho)
O presidente, nessa semana, empreendeu uma ofensiva midiática. Falou em rede nacional no Dia do Trabalho, inclusive admitindo publicamente que houve alguma dificuldade nesse início de governo; e falou da nova MP da Liberdade Econômica, que remove parte dos obstáculos burocráticos que oneram o empresariado. Gravou também entrevistas no SBT, na Bandeirantes, e no YouTube. Dizem que faz parte de uma defesa de sua popularidade, em tendência leve de queda.
Na seara da Previdência, levantamento recente do Estado aponta que hoje, na Comissão Especial, 19 apoiam a proposta como está, sendo que outros 13 condicionam seu apoio a mudanças no texto. É um número total diferente do levantado por algumas consultorias políticas na semana passada, de 35 votos. Até hoje, a Câmara teve apenas uma sessão (que conta como prazo) na concessão. Para todo o plenário, o Valor hoje contabilizou pela primeira vez mais de 100 deputados favoráveis ao texto como está, com o número de parlamentares contrários estável em 144. São necessários 308 votos para aprovação.
Paulo Guedes disse que irá ao colegiado falar sobre a PEC no dia 8 de Maio, na provavelmente primeira audiência pública da Comissão. A agenda prospectiva será definida na terça-feira (7). Os partidos NOVO e DEM estão estimando que a aprovação da reforma apenas para o fim deste ano.
O MDB já divulgou comunicado definindo sua postura. Parece indicar o caminho que irá tomar a tramitação da reforma: já são contra mudanças na aposentadoria rural, no BPC, e na retirada dos privilégios do magistério. Apoiam o núcleo da idade mínima, e estão dispostos a discutir novas alíquotas de contribuição, abono e capitalização. É um indicativo razoável.
Também foi uma notícia positiva a indicação de que Rodrigo Maia irá se reunir na próxima quarta-feira com os 27 governadores para discutir a manutenção do dispositivo que prevê que as regras aprovadas também irão valer para Estados e municípios. Até governadores do PT vem dando indicações, ainda tímidas, de que são favoráveis. O Congresso quer repartir o ônus político da reforma com todos os Executivos – especialmente os que encontram nos correligionários uma oposição estridente no Parlamento.