“Porque Deus nos disse que não são os deputados que vão mudar essa nação, não é o governo que vai mudar esta nação, não é a política que vai mudar esta nação, que é a igreja evangélica, quando clama. É a igreja evangélica, quando se levanta (que muda a nação)”. – Dalmares Alves, futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos
Na primeira semana do mês, ganham contorno as disputas pelas presidências das casas no Congresso.
No Senado, correm as candidaturas de Renan Calheiros, Tasso Jereissat e Simone Tebet. Renan é bem-quisto pelos parlamentares: é percebido como alguém que cumpre acordos e capaz de contemporizar com todos. Nesta semana mesmo teve encontro com Paulo Guedes, tendo se considerado “muitíssimo impressionado” com os planos do futuro Ministro da Economia para o país. Pesam contra ele sua proximidade com o PT, tendo inclusive feito campanha por Haddad nas eleições, além das volumosas acusações que correm contra ele na Justiça. Tasso busca amealhar apoio entre os colegas, mas apear Renan do cargo é desafiador.
Na Câmara, a cena se repete. Rodrigo Maia já manifestou seu desejo de permanecer à frente da casa, mas é muito associado à “velha política”. Por outro lado, dos postulantes, é quem mais experiência tem para operar a casa. O PSL se divide no apoio a ele ou a seus adversários, e o presidente-eleito busca se afastar da disputa. A era PT deixou lições importantes para que o governo são se indisponha, tão cedo, com o Presidente da Câmara. É notável que, exercendo o cargo hoje, já seja capaz de pautar “bombas fiscais” contra o próximo governo.
Nas casas correm projetos importantes neste final de ano. A cessão onerosa deve ficar mesmo para o início da já sobrecarregada agenda para o primeiro semestre da nova legislatura. O Congresso deve aprovar a regulamentação e majoração da multa para o distrato imobiliário antes do fim do ano. Finalmente, o presidente eleito disse que pretende colocar alguma reforma da Previdência no plenário da Câmara ainda no primeiro semestre. Ganhou destaque na semana a proposta de fazer a reforma com projetos fatiados.
Para a oposição – especialmente o PT – a semana também trouxe notícias. Palocci disse, em depoimento à Justiça Federal, que Lula renovou uma medida provisória em troca de 2-3 milhões de reais para seu filho Luís Cláudio. Existe um certo movimento para que o ex-presidente peça para cumprir sua pena em prisão domiciliar, mas interlocutores do PT apontam que isso poderia ser interpretado como uma admissão de culpa.