“Privatização, ela tem que ser responsável. Não é jogar pra cima e ficar livre. Eu tenho conversado com a equipe econômica. Algumas privatizações ocorrerão, outras estratégicas não. Banco do Brasil e Caixa Econômica não tá no nosso radar não.”
(Jair Bolsonaro)
Bolsonaro já fechou quase todas as posições de seu gabinete mais próximo, faltando poucos cargos a distribuir no primeiro escalão. São nomes que obedecem ao perfil delineado logo no início da transição: uma presença forte de militares e também de nomes técnicos, não havendo muitas indicações políticas.
Brasília já começa a sentir o resultado dessa nova realidade política pós-eleições. Com uma das renovações mais baixas da histórica, muitos parlamentares ficaram sem cargos e começam a trabalhar para não perder poder e influência. Neste movimento, a Câmara nesta semana resolveu deformar a Lei das Estatais, revogando o dispositivo que proibia o exercício de cargos de comando em estatais por parte de políticos e seus parentes. O jabuti segue para deliberação no Senado, onde deve contar com amplo apoio da casa.
Outros movimentos impopulares também ocupam a agenda no apagar das luzes do governo Temer – a questão do indulto de Natal, a ser apreciada pelo STF, além do reajuste sancionado pelo presidente atual para os ministros do Supremo e todo o efeito-cascata que ele gera contra os cofres públicos. Sem pretensões eleitorais, o presidente não tem motivo para contrariar o Judiciário, principalmente em se considerando os múltiplos desafios com que conta na Justiça.
Nesta semana, também, sobraram acusações: Alckmin, Serra, Kassab, Aloysio Nunes, Luiz Marinho e Marta receberam, segundo depoimento de executivos da CCR, pagamentos de caixa dois no âmbito de campanhas entre 2009 e 2013. Paulo Guedes também teve investigação aberta contra ele por parte da Polícia Federal, quanto a sua relação com fundos de pensão patrocinados por estatais. Todos os envolvidos negaram qualquer irregularidade à imprensa.