“Ninguém vai querer investir em um país que tem uma dívida brutal como essa, e crescendo de forma galopante.”
(Bolsonaro, sobre a Reforma da Previdência)
O chamamento do povo às ruas no domingo passado fortaleceu o governo. Foi notável a presença de cartazes a favor da reforma previdenciária. O monitoramento das redes sociais apontou para a primeira retomada positiva do sentimento em relação ao Planalto desde a posse.
O Congresso, sensibilizado, aprovou a MP da Reforma Administrativa. Os senadores se viram em uma saia justa: as manifestações pediram que o Coaf ficasse com Sérgio Moro, mas o governo pediu para os senadores votarem o projeto da forma como veio da Câmara (com o Coaf na economia) para não correr o risco da MP caducar. Os senadores aprovaram, mas se viram forçados a justificarem o voto nas redes sociais.
A Câmara também aprovou a MP que regula fraudes no INSS, mas o Senado precisa votar o projeto na segunda-feira (quando tipicamente não há sessão) para que a MP não caduque. A MP do Saneamento foi abandonada em favor de um projeto de lei já protocolado nesta semana, que pode ter sua tramitação concluída até a metade de junho. A Reforma da Previdência, por sua vez, segue cumprindo seu cronograma na Comissão Especial.
De um início muito positivo para o Planalto, a semana terminou com um sentimento um pouco pior. Novos protestos contra o contingenciamento na pasta da Educação tomaram as ruas de 131 cidades na noite de quinta-feira, e a sexta-feira trouxe uma contração do PIB para o 1º trimestre. O governo, consternado com a atividade fraca, prepara estímulos e fala em nova rodada de liberação de saques para o FGTS.
Ao longo das próximas duas semanas, é fundamental que o governo consiga a aprovação da suplementação orçamentária para que não infrinja a regra de ouro neste ano. É nesse contexto que aconteceu a reunião que celebrou o “pacto” entre os três poderes: uma garantia de sustentação do governo para que não seja forçado a um crime de responsabilidade.