Carta Política #450

“Quero cumprir bem a missão, não importa em que papel. Não preciso ser protagonista”. (Tarcísio de Freitas, sobre 2026)

           Conforme amplamente esperado, a prisão de Jair Bolsonaro foi decretada nesta semana, após a tentativa de violação de sua tornozeleira eletrônica. O ex-presidente foi condenado a uma pena de 27 anos, a ser cumprida em cela exclusiva na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. No âmbito do mesmo processo sobre a tentativa de golpe de Estado, diversos ex-ministros também foram condenados.

           Com Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos sem previsão de retorno, e Flávio Bolsonaro já se declarando fora da disputa sucessória, a alternativa da oposição para as eleições do ano que vem parece se consolidar em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, possivelmente em uma chapa com um vice de centro.

           Embora tenha reiterado diversas vezes sua candidatura à reeleição em São Paulo, Tarcísio mantém o caminho aberto para assumir a liderança da oposição nacional. Em discursos públicos, tem endurecido as críticas ao governo atual e se posicionado consistentemente sobre temas de alçada federal, contestando as políticas do Planalto, sobretudo nas áreas de economia e segurança.

           O tempo joga a favor do governador. Sem a necessidade de oficializar uma candidatura neste momento, ele pode aguardar o cenário pós-Carnaval para se definir, observando a direção dos ventos políticos. Quando o momento chegar, é improvável que opte trocar o certo pelo duvidoso.

           No Planalto, a prisão de Bolsonaro não deve ser recebida com entusiasmo. A saída de cena do ex-presidente pode enfraquecer o apelo de Lula como a “única alternativa” para barrar o bolsonarismo. Além disso, a idade avançada de Lula pode pesar em um pleito possivelmente menos polarizado do que o anterior.

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