“A situação da segurança pública eclodiu porque o cidadão chegou ao limite, cansado de esperar soluções de quem está no poder há anos e não oferece alternativas”. (Tarcísio de Freitas, em ataque ao Governo Federal)
Diante da crise na segurança pública, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, parece novamente entusiasmado com a oportunidade de se lançar como candidato de oposição nas eleições presidenciais do próximo ano.
Após os eventos no Rio de Janeiro, o Planalto enviou ao Congresso um projeto de lei antifacção. O presidente da Câmara, Hugo Motta, designou como relator o deputado Guilherme Derrite, que se licenciou do cargo de Secretário de Segurança Pública de São Paulo para assumir a função. O gesto foi visto como uma aproximação de Motta com a oposição, ao conceder visibilidade a um cabo eleitoral do principal potencial adversário do Presidente na próxima eleição.
Para os partidos de oposição, é um movimento interessante. Tarcísio já vem dando mais visibilidade a Derrite há algum tempo, o que pode indicar sua intenção de se lançar ao Planalto e apontar Derrite como opção de sucessão ao Palácio dos Bandeirantes.
O deputado paulista, no entanto, tem enfrentado dificuldades na tramitação do projeto. Suas sugestões de alteração desagradaram inicialmente o Planalto e a Polícia Federal; após modificações, o texto também enfrentou resistência do PL. Diante do impasse, a votação está sendo adiada para as próximas semanas.
As alterações no projeto vêm sendo criticadas pelo suposto enfraquecimento da Polícia Federal, além das controvérsias sobre a equiparação de facções criminosas a grupos terroristas. Há, contudo, consenso quanto ao endurecimento de penas aos faccionados.

