“Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações. Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono — o povo brasileiro”. (Lula, em pronunciamento)
Nesta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido a medidas cautelares por ordem do ministro Alexandre de Moraes. O ex-mandatário passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica e está impedido de se aproximar de embaixadas, devido ao risco, identificado pela Justiça brasileira, de que pudesse solicitar asilo a algum governo estrangeiro. A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão em sua residência e na sede do PL, em Brasília.
Para além das implicações jurídicas, o cenário político que se desenha é cada vez mais nítido: Jair Bolsonaro, assim como seu filho, Eduardo, parecem cada vez mais distantes de uma eventual candidatura. A chamada “solução Tarcísio”, como uma alternativa mais moderada dentro da direita, ganha força progressivamente.
A intromissão norte-americana em assuntos internos também vem sendo amplamente explorada pelo governo brasileiro como estratégia para melhorar seus índices de popularidade. Até agora, não tem surtido sucesso significativo. O presidente Lula fez um pronunciamento em rede nacional, rechaçando as tarifas anunciadas por Donald Trump e exaltando a soberania nacional.
Resta saber se, e de que forma, o governo dos Estados Unidos manifestará sua insatisfação com o tratamento dispensado a Bolsonaro no Brasil. Sua eventual prisão é tratada como uma inevitabilidade, diante dos fatos. Como não parece haver qualquer concessão comercial que possa evitar a imposição das tarifas (embora um grupo do governo, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, esteja encarregado de negociar com a Casa Branca), a consequência natural tende a ser uma ampliação das sanções.