“Quanto mais intervenções o Congresso fizer no Orçamento, tenham certeza, mais o Brasil esquecido será ouvido”.
(Arthur Lira, ao abrir o ano legislativo)
Arthur Lira abriu a sessão da Câmara dos Deputados, neste mês, fazendo duras cobranças ao governo. Alegou que os acordos feitos pelo governo não estavam sendo cumpridos, enquanto a Câmara dava vitórias seguidas ao governo.
A queda de braço entre Executivo e Legislativo se dá em torno do pagamento das emendas parlamentares. Os deputados reclamam que os pagamentos estão atrasados, enquanto o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela interlocução política do governo, afirma que os valores são recordes e estão dentro do calendário.
É fato que existe uma disputa pelo controle do Orçamento em questão. A queda de braço é compreendida mais facilmente por conta das eleições municipais neste ano, e pela eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado no ano que vem. O Planalto tem utilizado das armas à sua disposição para tentar disciplinar melhor esse equilíbrio de forças, tentando recobrar um pouco do poder que o Executivo vem perdendo ao longo dos anos. Caso consiga eleger um presidente da Câmara mais amigável, tanto melhor.
Arthur Lira reiterou que foi o primeiro chefe de poder a congratular a vitória do Presidente nas eleições do ano passado, que apoiou o governo na sequência dos ataques de 8 de janeiro, e que concedeu diversas vitórias ao governo – sobretudo as de pauta econômica – mesmo com um Congresso de perfil político distinto do Executivo.
Saíram da reunião, ambos, falando que o placar estava “zerado”, e que há um armistício em vigor. Rui Costa irá substituir Padilha no dia a dia da articulação, e Lula prometeu também que irá honrar os compromissos assumidos. A ver.