“É preciso que o governo faça valer a proposta de frente ampla. Para tanto, é necessário anunciar, junto com a mudança da meta fiscal, uma agenda de investimentos na veia para tirar o País desse marasmo”.
(Deputado Danilo Forte, relator da LDO)
Com base nas declarações do presidente na semana passada e comunicados posteriores de membros do governo, tudo indica que a decisão de que se altere a meta fiscal para ano que vem está realmente tomada. A expectativa ventilada pela imprensa é de que se buscará um déficit de 0,5% do PIB no ano que vem, cuja proposta será dada via emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Integrantes do governo e o relator da LDO estão definindo um cronograma para a votação, com tramitação pela Comissão mista de Orçamento na semana que vem, apresentação do parecer final no dia 20 de novembro e apreciação do texto até o fim deste mês.
Vencido no debate, existe alguma preocupação quanto à capacidade de Haddad, ministro da Fazenda, conter os ânimos mais estimulativos de outros integrantes do governo. Não parece que nem ele nem sua equipe tenham perdido a capacidade de conduzir a agenda econômica, mas o episódio certamente faz com que ele saia desprestigiado das disputas internas.
Por outro lado, a ala de Rui Costa, chefe da Casa Civil, sai fortalecida. O objetivo é evitar que o governo tenha de fazer contingenciamentos no ano que vem – de eleições municipais – frente às contínuas frustrações tanto na arrecadação “à vista” quanto na boa vontade do Congresso em aprovar outras medidas arrecadatórias para ampliação da base fiscal do Estado.
Como pano de fundo nessas disputas políticas também está a sucessão de Lula, em 2026 ou 2030. Tanto Rui Costa quanto Fernando Haddad são aventados como possíveis candidatos à presidência.