Carta Política #144

“Temos que ter cuidado com algo que do ponto de vista fiscal é nulo, mas que do ponto de vista político pode ser mortal para a reforma”.

 (Rodrigo Maia)

A semana, mais curta, foi marcada por polêmicas em torno do tweet de Bolsonaro a respeito de costumes no Carnaval e por uma aproximação do presidente com seu eleitorado original.

Após a repercussão em torno do vídeo publicado pelo Presidente em suas mídias sociais, Bolsonaro decidiu estabelecer uma live semanal – às 18h30, nas quintas. O programa contou com uma defesa da reforma da Previdência, e depois tratou de temas mais relacionados com sua base eleitoral: falou de educação sexual e a respeito de assédio sexual, e também sobre a importação de bananas do Equador. Falou sobre temas nos quais tratou em sua campanha, embora em um tom muito menos colérico do que quando era candidato.

O presidente e seus familiares também vieram às mídias reiterar o seu apoio à reforma, chegando a compartilhar um vídeo de parlamentar do partido Novo que desmente as cinco maiores falácias divulgadas pelos opositores a respeito do projeto. A mídia vem especulando que após a polêmica carnavalesca, Bolsonaro deve ter levado uma “enquadrada” das áreas militar e econômica do governo.

O governo também parece ter ouvido as críticas de que estaria cedendo muito rápido aos apelos por diluição dos ganhos fiscais do projeto. O secretário da Previdência, Leonardo Rolim, disse que a meta de economia de um trilhão de reais é inegociável. Foi seguido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo em entrevista que queria “seu trilhão” e que faltavam apenas 48 votos para aprovar a reforma na Câmara.

Para conseguir passar a PEC na Câmara ainda neste semestre, é importante que a CCJ seja nomeada na semana que vem. Rodrigo Maia já disse que esse é seu desejo, mas que alguns parlamentares estavam resistindo a indicar os nomes antes do governo apresentar a proposta para os militares, que ainda não veio a público.

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